Repercussão negativa da
ausência da prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, teve reflexos também para
o vice-prefeito, e igualmente candidato, José Natal, visto que ambos
representam a atual administração municipal. Antonio Battisti, que já foi
vereador por três mandatos e agora disputa o pleito ao executivo de São José,
fala sobre esses e outros aspectos que marcaram o debate realizado pelo Jornal
Forquilhinhas em parceria com a Univali.
Espaço reservado a atual prefeita e candidata à reeleição, Adeliana Dal Pont, permaneceu vazio durante o debate. |
Qual sua avaliação sobre o fato da candidata Adeliana não ter
comparecido ao debate
promovido pelo Jornal Forquilhinhas, no auditório da Univali?
Battisti: Antes de tudo eu queria dizer que o
debate realizado no dia 15 de setembro foi esclarecedor em alguns aspectos.
Agradeço aos editores do Jornal Forquilhinhas pelo convite. Numa crítica
construtiva aos organizadores eu penso que o formato do debate poderia permitir
um maior confronto entre as propostas dos candidatos presentes. Mas, repito,
ele foi esclarecedor. O comportamento da prefeita e candidata Adeliana, por
exemplo, ao decidir não ir ao debate, mostrou que ela está pouco interessada em
se submeter ao crivo das discussões que esclareçam os eleitores. Eu entendo o
medo dela em ser cobrada pelo que prometeu e não fez em quatro anos à frente da
administração municipal.
Poderia possíveis motivos que
levaram Adelina a ficar com medo de enfrentar a plateia?
Battisti: Penso que o maior temor dela é ser
desmascarada naquilo que de fato ela quer fazer se for reeleita. Na propaganda
eleitoral dela é aquela coisa de prometer e prometer mundos e fundos, mas o que
ela vai fazer de fato não está na propaganda eleitoral. O que ela está disposta
a fazer está nas palavras do Secretário das Finanças, que numa audiência
pública na Câmara de Vereadores, para apresentar a Lei de Diretrizes
Orçamentária (LDO), anunciou um tarifaço na taxa de lixo já para o início de
2017, isso para assegurar um contrato milionário e bastante discutível com a
empresa privada que faz a coleta do lixo hoje em São José. Na época do Fernando
Elias, o contrato era de R$ 7 milhões e já era considerado caro. Agora piorou, continua o contrato sendo
renovado sem licitação e o custo triplicou. E não para por aí, o “super
secretário” Vieirão, também disse que está previsto na lei a possibilidade de
demitir servidores públicos temporários e cortar as horas-extras dos
funcionários de carreira, o que terá um forte impacto no atendimento à
população, por exemplo. Como é que a Adeliana poderá explicar essas questões?
vai desmentir seu secretário? vai assumir o tarifaço na taxa do lixo e o corte
nos serviços públicos? Vai deixar para depois das eleições?
E as vaias ao candidato Natal, como você explicaria?
Battisti - Com
a ausência de Adeliana no debate o representante da atual administração
municipal que estava presente era o candidato Natal, do PMDB, que é
vice-prefeito e participou plenamente da gestão como Secretário de
Infraestrutura até bem pouco tempo. Mesmo brigando contra os fatos, ele tentou
dizer que não tinha nada a ver com a atual administração municipal. Como o povo
não é bobo, ele tomou uma grande vaia. Eu percebi que ele estava irritado, se
indispondo com a plateia. Natal é o tipo de candidato que sabe mostrar
bandeiraço na rua com gente paga, mas na hora de olhar no olho das pessoas não
tem o que dizer. Um exemplo: como explicar que a saúde está um caos, que a UPA
de Forquilhinha não saiu e foi transformada em uma policlínica e por aí afora?
Então, você quer dizer que o
anúncio do Secretário Vieirão, sobre aumento na tarifa de recolhimento do lixo,
tinha o conhecimento de José Natal, na condição de vice-prefeito de São José?
Battisti: Vamos aos fatos. O interessante é que
perguntado sobre o tarifaço na taxa do lixo, o candidato Natal procurou tirar o
corpo fora como se isso não fosse com ele. No entanto, não conseguiu convencer
ninguém de que sendo ele até ontem secretário municipal de Infraestrutura, e
sua Secretaria a responsável pela questão do lixo, é mais do que evidente que
passou por ele e pela prefeita Adeliana a ideia do aumento da tarifa em 2017.
Tem ligação direta com o contrato do lixo com dispensa de licitação, que é
controlado e pago com o orçamento da própria secretaria onde foi titular por
mais de três anos. O próprio candidato
Natal cometeu o ato falho de anunciar que no ano que vem a tarifa do lixo não
vai sair no carnê do IPTU. E vai para onde, pergunto eu? É claro que passadas
as eleições, se vitoriosos, o que não acredito, o povo vai ver o custo salgado
no bolso. Isso é o sinal de que ele e a candidata Adeliana têm acordo sobre o
tarifaço e vão procurar enganar os contribuintes separando as contas, e quem
sabe até os meses de cobrança. É bom que o povo pense: onde tem fumaça tem
fogo.
Qual seria a avaliação sobre a sua participação candidato?
Battisti - Fiquei
satisfeito, sim. Considero, com toda a humildade, que apresentar e me
posicionar sobre questões importantes. Até porque não dá para falar tudo no
espaço de um minuto e meio. Tem coisas importantes que ficaram de fora, e por
isso vamos intensificar nossa campanha para esclarecer nossos compromissos com
as aspirações populares. Eu e Dona Ivone, minha candidata a vice, e eu fiz
questão de frisar o papel dela em nossa campanha durante o debate, mostramos
que temos lado, e que não é o lado daqueles que até hoje se acharam os donos da
cidade e usaram a prefeitura como um consórcio entre amigos. Deixamos claro que
somos contra o tarifaço na taxa de recolhimento do lixo e isso não é demagogia
de candidato pois já enfrentamos e derrotamos, junto com os josefenses, o
tarifaço do Fernando Elias. Esclarecemos que temos lado no que diz respeito aos
serviços públicos essenciais à população. Não bastasse a minha atuação como
vereador nesse sentido, tenho ainda como companheira de chapa, a Dona Ivone,
incansável lutadora pela saúde pública em nosso município.
E o que você nos diz sobre a plateia ter gritado o Fora Temer?
Battisti - Esse é
um grito que está por toda a parte. Só não vê quem não quer. A grande maioria
do povo brasileiro não aceita a usurpação que Michel Temer e uma turma de
congressistas fizeram da soberania popular do voto. Não dá pra aceitar o golpe,
ainda mais se ele vem acompanhado do anúncio de privatizações, corte de gastos
sociais e retirada de direitos trabalhistas e previdenciários. Eu me senti
muito a vontade com os gritos de “Fora Temer da plateia”. Sou um candidato pelo
Fora Temer e contra a política de regressão social desse presidente ilegítimo.
Quem não gostou de ouvir o que a plateia pensa de Temer foi o candidato
Marcondes, do PSDB, e o Natal, que é do PMDB de Temer. Aliás, o Natal tem como
apoiador o Dário Berger, que votou como Senador a cassação de Dilma e botou o
Temer na presidência. A Adeliana também é do PSD, que está nesse time do Temer.
É por isso que tenho dito por aí: como é que esses três candidatos propõem uma
cidade de São José melhor para seus moradores se apoiam a política de Temer de
atacar os direitos, aumentando o desemprego, reduzindo os serviços públicos e
os salários?
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