13 de set. de 2016

Battisti critica atual administração pelo abandono do setor cultural de São José

Candidato a prefeito no município, Antonio Battisti fala sobre as ações no setor cultural do atual governo josefense. Entre as questões apontadas, Battisti cita a situação em que se encontra o prédio que abria o Teatro Adolpho Mello, situado no Centro Histórico de São José.


Prédio, localizado no Centro Histórico de São José,
está em situação de abandono.
"Trata-se de um descaso com a nossa história",
afirma Battisti.
É relevante que os moradores de São José discutam que o teatro Adolpho Mello esteja fechado e inativo há mais de três anos?
Battisti: Sem dúvida que o fechamento do teatro Adolpho Mello é algo que merece ser visto com extrema preocupação pelos josefenses. Trata-se de um descaso com a nossa história. O Adolpho Mello foi inaugurado em 1856 e é o terceiro teatro mais antigo do Brasil. No século IX não havia ainda o cinema e o teatro atraía a população para as peças em cartaz. O fato de sermos a cidade a ter uns dos primeiros teatros do país mostra nossa relação mais que centenária com a produção cultural brasileira. É dessa memória que estamos falando. E ela está simplesmente sendo desprezada. 

Mas ter um teatro apenas como monumento histórico interessa aos cidadãos de hoje?
Battisti: Eu não estou falando que devemos restaurar o Adolpho Mello para ser simplesmente uma fachada, um prédio sem serventia, que só seria útil para fotografia. Ele já foi restaurado algumas vezes e foi usado como sala de cinema, para apresentações teatrais, apresentações musicais, apresentações de dança, oficinas artísticas. O Adolpho Mello, na década de 1960, era um teatro muito frequentado pela população do Centro Histórico. Ao conversarmos com os moradores todos têm um história para contar do teatro. Agora veja a seguinte situação: a cidade tem dois teatros, o Adolpho Mello e o Multiuso, e ambos estão desativados. É um completo menosprezo à produção cultural. Isso numa cidade que teve o terceiro teatro do país, ou seja, que foi vanguarda cultural no Brasil. A conclusão é que nossas autoridades hoje agem menosprezando a produção cultural local, estadual e brasileira. 

Quais as razões que o levam a afirmar que a administração de Adeliana e Natal deixaram o Teatro Adolpho Mello em situação de abandono?
Battisti: Obras inacabadas é uma marca desta atual administração. Esta é a primeira constatação. Depois, da maneira que estão fazendo, onde só um telhado, que começou a ser refeito em 2016, vai custar R$ 242.808,00, a restauração total vai ficar realmente impraticável devido ao superfaturamento. Eu quero crer que por detrás desse abandono não esteja a privatização desse patrimônio histórico e cultural de nossa cidade. A gente conhece bem essa história de sucatear primeiro para depois repassar à iniciativa privada à preço de banana.

E o que deveria ser feito?
Battisti: Antes de tudo ter compromisso com a preservação histórica e a produção cultural. Isso exige ver o incentivo à cultura como uma obrigação estatal, como um serviço público essencial ao desenvolvimento humano. Se você pensar que em algum momento lá atrás as pessoas pegavam suas canoas e atravessavam a baía, atracavam ali onde hoje é a Câmara de Vereadores, e faziam esse esforço todo para vir assistir uma peça de teatro no Adolpho Mello, não é difícil imaginar que poderíamos atrair de uma forma criativa as pessoas a vir frequentar nosso teatro, se ele estivesse aberto e funcionando, é claro.

E a situação do Centro Multiuso, localizado na avenida Beira Mar, como está?
Battisti: Carente de manutenção, bem diferente das instalações que possuía quando foi aberto em 2008. Há denúncias da falta de condições básicas para a apresentação de uma peça teatral de maior porte. O local também poderia ser utilizado para o incentivo de apresentações de grupo teatrais da região da Grande Florianópolis, e para isto entendo que temos que ter taxas reduzidas para incentivar a cultura local.


Quais as principais propostas para a área cultural?
Battisti: Nossa proposta para a Cultura começa em propor que no mínimo 1% das receitas do município seja destinado à produção cultural sendo gerido diretamente pela Fundação de Cultura, que deve ficar separa do esporte e lazer. Outras propostas são: instituir o Plano Municipal de Cultura;   implantar Centros de Cultura e Memória Popular nas escolas municipais de cada bairro;  utilizar os espaços das escolares para atividades culturais e de lazer, como oficinas de teatro, artes plásticas, rádio comunitária, cinema, poesia, música e demais manifestações populares;  restaurar o Teatro Adolfo Mello, reformar o teatro do Centro Multiuso da Beira Mar; construir uma Nova Biblioteca Pública Municipal em área central e de fácil acesso, firmando convênio com a Biblioteca Nacional, com serviço de pesquisa à distância.

















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