28 de set. de 2016

Falta de uma sede própria da USJ abre a possibilidade para a extinção da Instituição

Placa em frente a obra anunciando a construção do Colégio de
Aplicação. Prédio também serviria como sede da
USJ, mas, posteriormente, passou a ser utilizado
como a sede da prefeitura
Diante do cancelamento do debate que seria realizado pela USJ entre os candidatos a prefeitura de São José, Antonio Battisti mais uma vez posiciona-se abertamente e em defesa da Instituição. Ao exercer três mandatos de vereador no município, Battisti carrega um histórico de luta em apoio às reivindicações da Universidade Municipal de São José. Foi contra a transferência da prefeitura para o prédio que abrigaria a Instituição, o que caracterizou um desvio de finalidade dos recursos. A utilização do valor obtido com a venda da antiga sede do Executivo ainda carece de explicações por parte da atual administração municipal.



Como você analisa a nova política educacional do país e o futuro da UJS?
Battisti.: Há várias medidas que irão piorar a situação do ensino público, incluindo as universidades. Todo cuidado é pouco quando vemos o governo federal do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) anunciar cortes de verbas e ações de desincentivo ao ensino superior público. Quantos dos candidatos a prefeito em São José estão ligados a Temer e seu projeto de regressão nos gastos sociais com educação? Natal, Adeliana e Marcondes fazem parte do grupo em torno de Temer. Então, quem garante que não vão fazer uma administração que encare a Universidade Municipal de São José (USJ) como gasto social desnecessário? Se olharmos pelas atitudes de Temer em relação à educação universitária pública do país há muito sentido em recear que seus aliados locais passem a agir do mesmo modo em relação à nossa universidade municipal. O que dizer do projeto de lei do PSDB que trata da Escola Sem Partido ou da recente (contra) reforma do ensino médio, traduzida na Medida Provisória 746/16?

Quais os principais problemas que a USJ está enfrentando atualmente?
Battisti.: A USJ continua a conviver com um grande problema que é a falta de uma sede própria para funcionar adequadamente. Por exemplo, as salas de aula da USJ estão improvisadas, enquanto a administração da Instituição funciona em salas alugadas fora do Colégio. Quero lembrar que apoiei, enquanto vereador até o ano de 2012, todas as iniciativas da associação dos professores da USJ e das entidades estudantis que representaram junto ao Ministério Público Federal e ao MEC denunciando o desvio de finalidade da verba do Fundeb. Os recursos, na ordem de R$ 16 milhões, foram utilizados para a construção da sede do Colégio Estadual de Aplicação e da USJ, porém, o prédio foi usado indevidamente para instalação da Prefeitura. No Patrimônio da União, acompanhei a reunião onde foi cobrada a falta de autorização para instalação da prefeitura no prédio destinado à USJ e ao Colégio Municipal de Aplicação, com solicitação de embargo da invasão irregular do prefeito à época. Votei contra o projeto de lei que autorizou a venda da sede da prefeitura, na época, construída há apenas 12 anos, o que considerei uma usurpação de um espaço que era destinado à educação pública. Falo isso, pois há muitos candidatos de vários partidos que hoje falam da USJ, mas antes de tudo deveriam dizer o que defenderam quando a sede da Instituição foi transferida para a prefeitura. Outra pergunta: onde foram parar os R$ 5 milhões com a venda da sede antiga da prefeitura?

E a respeito do local onde a USJ deveria ser instalada?
Battisti.: Uma coisa é mais que certa: a USJ precisa de um espaço próprio para funcionar. Precisa ter uma biblioteca condizente, com a administração integrada fisicamente ao campus. Sobre onde deve ser esse espaço é o caso de abrir uma discussão com a própria comunidade acadêmica, apontando a localização mais conveniente. Jamais poderá ser em local alugado, e muito menos poderá ser transferida para uma universidade privada. Ocorre que a atual administração da Adelina e Natal, não tomou qualquer medida para resgatar o dinheiro que saiu do orçamento, contrariando a Lei do Fundeb. Se assim tivesse feito, teria no mínimo R$ 16 milhões para utilizar com o Colégio de Aplicação, que também abrigaria as instalações da USJ e seus gestores. É preciso retomar essa pauta. Agora, para quem está na prefeitura isso não interessa. A sede própria é estratégica para quem defende a Universidade Municipal de São José, para quem defende o ensino público em nosso país.  A falta da sede própria abre portas para que qualquer aventureiro venha com uma proposta de extinção da Instituição.

Candidato Battisti, qual o seu compromisso com a Universidade?

Battisti.: Continuarei dando meu integral apoio ao fortalecimento da USJ e a sua permanência como uma conquista do povo josenfense. Aqueles que defendam que a USJ fique sem uma sede própria, adequada, certamente não compreendem a importância da educação para a promoção da cidadania.

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