Candidato a prefeito de São José,
Antonio Battisti (PT/13), critica o desvio de finalidade do prédio onde
atualmente funciona a sede da prefeitura. A estrutura foi construída com
recursos do FUNDEB e deveria abrigar a sede da Universidade Municipal de São
José (USJ). Além disso, aponta Battisti, nada foi feito para apurar o que ele
chama de “caixa preta” sobre a falta de um espaço adequado para o funcionamento
da Instituição.
Candidato, poderia falar a respeito da situação que se encontra a
Universidade Municipal de São José (USJ)?
Placa indicava a construção da sede da USJ. Finalidade do prédio foi desviada e construção passou a ser usada como a sede da prefeitura de São José. |
Battisti: Há alguns dias, já como candidato a prefeito, conversei
com o reitor da USJ. Trocamos várias informações e opiniões a respeito do
debate em torno da Universidade. Aproveito para agradecer a gentileza por ele
ter me recebido. Se eleito prefeito darei uma atenção muito especial à Educação,
o que inclui cuidar bem de nossa Universidade Municipal. O primeiro e
importante fato que tenho a constatar é que, depois da luta que travei como
vereador, junto com os alunos e professores da instituição, ninguém mais ousou
colocar em questão o fechamento da USJ. Todos que estão na prefeitura, na
Câmara de Vereadores, todos eles sabem do carinho e do apoio que os josefenses
têm por sua instituição de ensino superior pública. Mas há coisas ainda por
fazer para melhorar a situação de ensino na universidade, e todo cuidado é
pouco quando vemos o governo federal do presidente ilegítimo Michel Temer
anunciar cortes de verbas e ações de desincentivo ao ensino superior público em
nosso país. Quantos dos candidatos a prefeito em São José estão ligados a Temer
e seu projeto de regressão nos gastos sociais com Educação? Natal, Adeliana e
Marcondes fazem parte desse grupo em torno de Temer, então, quem garante que
não vão fazer uma administração que encare a USJ como gasto social
desnecessário? Se olharmos pelas atitudes de Temer em relação à educação
universitária pública do país há muito sentido em ter receio que seus aliados
locais passem a agir do mesmo modo em relação à nossa Universidade Municipal.
Os problemas da USJ estão resolvidos?
Battisti: Longe disso. A USJ convive hoje com um grande problema
que é a falta de uma sede própria para funcionar adequadamente. Por exemplo, as
salas de aula da USJ estão improvisadas no Colégio Melão enquanto sua
administração funciona em salas alugadas fora do Colégio. É uma coisa meio que
desconjuntada, que atrapalha. Quero lembrar que apoiei, enquanto vereador, as
iniciativas de vários professores da USJ e de estudantes que apresentaram
representações junto ao Ministério Público Federal e MEC, denunciando o desvio
de finalidade dos recursos do FUNDEB. Uma verba de R$ 16 milhões que foi utilizada
para a construção da sede do Colégio Estadual de Aplicação e da USJ, mas, cujo
prédio foi usado indevidamente pelo prefeito Djalma Berger. No Patrimônio da
União, acompanhei a reunião onde foi cobrada a falta de autorização para
instalação da prefeitura no prédio destinado à USJ e ao Colégio Municipal de
Aplicação, com solicitação de embargo da invasão irregular do prefeito. Votei
contra o projeto de lei que autorizou a venda da sede da prefeitura, construída
há apenas 12 anos, e a usurpação por parte do prefeito de um espaço que era
destinado à educação pública.
Qual sua opinião em relação ao
local onde a USJ deve funcionar?
Battisti: Uma coisa é mais que certa: a USJ precisa de um espaço
próprio para funcionar, ter uma biblioteca condizente, uma administração
integrada fisicamente ao campus. Sobre onde deve ser esse espaço é o caso de
abrir uma discussão com a própria comunidade acadêmica a respeito da
localização mais conveniente. Não sei se seria possível desalojar hoje a sede
da prefeitura para instalar a USJ, mas de algo tenho certeza: seria preciso uma
boa auditoria para apurar exatamente onde foi parar o dinheiro da venda do
prédio da prefeitura e saber se não foi gasto em coisas sem sentido pela
administração autoritária de Djalma Berger. O interessante é que a Adeliana
assumiu e essa “caixa preta” continua intocada.
E o Colégio de Aplicação?
Battisti: Pois é, o fato é que já teve o repasse do dinheiro do
FUNDEB para a construção do prédio do Colégio de Aplicação, ligado à USJ, mas o
prefeito na época simplesmente se apropriou da estrutura física e o município
ficou sem o Colégio e sem lugar para sua universidade. E hoje nós vemos a prefeita
Adeliana, que nada fez para apurar o fato do dinheiro do FUNDEB ter sido
desviado de finalidade, falando em comprometimento com a USJ. Pior, vemos o
candidato Natal, apoiado pelos irmãos Berger, querendo esconder o fato que foi
na gestão de Djalma Berger que o prédio destinado ao Colégio de Aplicação e à
USJ foi tomado indevidamente pela prefeitura para que fosse viabilizada a venda
da sede administrativa municipal. Num eventual mandato de prefeito vou retomar
essa questão com a comunidade josefense e abrir um debate sobre a forma de
implantar o Colégio de Aplicação da USJ.
Antônio Battisti tem um histórico
de defesa da Universidade Municipal de São José (USJ).
Já apoiou iniciativas de vários
professores da Instituição e também de estudantes que apresentaram
representações junto ao Ministério Público Federal e ao MEC, denunciando o
desvio de finalidade dos recursos do FUNDEB na ordem de R$ 16 milhões, que
foram utilizados para a construção da sede do Colégio Estadual de Aplicação e
da USJ. No Patrimônio da União, acompanhou a reunião onde foi cobrada a falta
de autorização para instalação da prefeitura no prédio destinado à USJ e ao
Colégio Municipal de Aplicação, com solicitação de embargo da invasão irregular
do então prefeito. Votou contra o projeto de lei que autorizou a venda da sede
da prefeitura construída, na época, há apenas 12 anos.
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