Placa em frente a obra anunciando a construção do Colégio de Aplicação. Prédio também serviria como sede da USJ, mas, posteriormente, passou a ser utilizado como a sede da prefeitura |
Diante
do cancelamento do debate que seria realizado pela USJ entre os candidatos a
prefeitura de São José, Antonio Battisti mais uma vez posiciona-se abertamente
e em defesa da Instituição. Ao exercer três mandatos de vereador no município,
Battisti carrega um histórico de luta em apoio às reivindicações da
Universidade Municipal de São José. Foi contra a transferência da prefeitura
para o prédio que abrigaria a Instituição, o que caracterizou um desvio de
finalidade dos recursos. A utilização do valor obtido com a venda da antiga sede
do Executivo ainda carece de explicações por parte da atual
administração municipal.
Como
você analisa a nova política educacional do país e o futuro da UJS?
Battisti.:
Há várias medidas que irão piorar a
situação do ensino público, incluindo as universidades. Todo cuidado é pouco
quando vemos o governo federal do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) anunciar
cortes de verbas e ações de desincentivo ao ensino superior público. Quantos
dos candidatos a prefeito em São José estão ligados a Temer e seu projeto de
regressão nos gastos sociais com educação? Natal, Adeliana e Marcondes fazem
parte do grupo em torno de Temer. Então, quem garante que não vão fazer uma
administração que encare a Universidade Municipal de São José (USJ) como
gasto social desnecessário? Se olharmos pelas atitudes de Temer em relação à
educação universitária pública do país há muito sentido em recear que seus
aliados locais passem a agir do mesmo modo em relação à nossa universidade
municipal. O que dizer do projeto de lei do PSDB que trata da Escola Sem
Partido ou da recente (contra) reforma do ensino médio, traduzida na Medida Provisória
746/16?
Quais
os principais problemas que a USJ está enfrentando atualmente?
Battisti.: A USJ continua a conviver com um grande
problema que é a falta de uma sede própria para funcionar adequadamente. Por
exemplo, as salas de aula da USJ estão improvisadas, enquanto a
administração da Instituição funciona em salas alugadas fora do Colégio. Quero
lembrar que apoiei, enquanto vereador até o ano de 2012, todas as iniciativas
da associação dos professores da USJ e das entidades estudantis que representaram
junto ao Ministério Público Federal e ao MEC denunciando o desvio de finalidade
da verba do Fundeb. Os recursos, na ordem de R$ 16 milhões, foram utilizados
para a construção da sede do Colégio Estadual de Aplicação e da USJ, porém,
o prédio foi usado indevidamente para instalação da Prefeitura. No Patrimônio
da União, acompanhei a reunião onde foi cobrada a falta de autorização para
instalação da prefeitura no prédio destinado à USJ e ao Colégio
Municipal de Aplicação, com solicitação de embargo da invasão irregular do
prefeito à época. Votei contra o projeto de lei que autorizou a venda da sede
da prefeitura, na época, construída há apenas 12 anos, o que considerei uma
usurpação de um espaço que era destinado à educação pública. Falo isso, pois há
muitos candidatos de vários partidos que hoje falam da USJ, mas antes de tudo
deveriam dizer o que defenderam quando a sede da Instituição foi transferida
para a prefeitura. Outra pergunta: onde foram parar os R$ 5 milhões com a venda
da sede antiga da prefeitura?
E a
respeito do local onde a USJ deveria ser instalada?
Battisti.: Uma coisa é mais que certa:
a USJ precisa de um espaço próprio para funcionar. Precisa ter uma
biblioteca condizente, com a administração integrada fisicamente ao campus.
Sobre onde deve ser esse espaço é o caso de abrir uma discussão com a própria
comunidade acadêmica, apontando a localização mais conveniente. Jamais poderá
ser em local alugado, e muito menos poderá ser transferida para uma universidade
privada. Ocorre que a atual administração da Adelina e Natal, não tomou
qualquer medida para resgatar o dinheiro que saiu do orçamento, contrariando a
Lei do Fundeb. Se assim tivesse feito, teria no mínimo R$ 16 milhões para
utilizar com o Colégio de Aplicação, que também abrigaria as instalações da USJ
e seus gestores. É preciso retomar essa pauta. Agora, para quem está na
prefeitura isso não interessa. A sede própria é estratégica para quem defende a
Universidade Municipal de São José, para quem defende o ensino público em nosso
país. A falta da sede própria abre
portas para que qualquer aventureiro venha com uma proposta de extinção da
Instituição.
Candidato
Battisti, qual o seu compromisso com a Universidade?
Battisti.:
Continuarei dando
meu integral apoio ao fortalecimento da USJ e a sua permanência como uma
conquista do povo josenfense. Aqueles que defendam que a USJ fique sem uma sede
própria, adequada, certamente não compreendem a importância da educação para a promoção
da cidadania.