Na semana
passada o presidente do PT de São José, Chico Silvy, em um programa de
televisão local, externou seu ponto de vista em relação ao resultado eleitoral.
Justificou o ingresso do PT no governo Djalma Berger, e constatou que algumas
figuras do PT não fizeram campanha para a coligação amplamente derrotada pelo
povo.
É minha
obrigação, reiterar que nunca concordei com o ingresso do PT no governo Djalma.
Ingresso este que nunca foi discutido pela base do partido. Tanto é assim que nem
eu, nem a ampla maioria dos filiados do PT, conhece todas as pessoas que, em
nome do Partido ocupam cargos comissionados no atual governo municipal.
É minha
obrigação reiterar o que todos sabem, o que escrevi e publiquei amplamente:
Sempre
afirmei que o PT estava cometendo um erro histórico em integrar o governo de
Djalma Berger.
Em agosto
do ano passado, junto com o Dr. Geraldo, com membros do Diretório e centenas de
militantes do PT de São José, iniciamos um movimento PARA QUE PARTIDO DEIXASSE
OS CARGOS E ROMPESSE A ALIANÇA COM O GOVERNO MUNICIPAL.
Ainda no
ano passado, iniciamos um movimento que passou a defender que o PT tivesse
candidato próprio a prefeito, como sempre tivemos em São José nos 32 anos de
existência do PT em nosso município. Havia na base a vontade de ter candidato a
Prefeito, tanto assim, que no encontro do Partido nossa posição obteve 42% dos
votos dos militantes.
Em março e
abril deste ano, em carta endereçada aos Petistas de Florianópolis e as forças
políticas do Partido, alertávamos que a aliança em São José traria prejuízos e
dificuldades para a candidatura do PT na Capital. E que a defesa de candidatura
própria do PT em São José também era importante para unificar a base militante
nos dois municípios, e não ter que ficar explicando a contradição de uma
aliança que em Florianópolis os petistas rejeitaram e sempre se posicionaram em
oposição ao governo Berger.
Externei
várias vezes desta Tribuna, o conteúdo de Manifestos que faziam a previsão:
“Caso o PT deixasse de ter candidato a prefeito em São José, a bandeira de
oposição ao Prefeito Djalma vai ficar nas mãos da candidatura do PSD, com
grandes chances de vitória.” Documento neste sentido, eu, o Dr. Geraldo e
membros do Diretório apresentamos ao presidente do PT de SC.
Na eleição
de 2008 o resultado eleitoral para prefeito já demonstrava que o povo queria
mudança:
- O PSB lançou
Djalma Berger que obteve 36 mil votos e saiu-se vitorioso com 34% dos votos
validos.
- A
candidata do PMDB, Adeliana Dal Ponte, ficou em segundo lugar com 24 mil votos.
- O PT, com
a candidatura do Cirio, com 22 mil votos ficou em terceiro lugar.
- E o então
prefeito, Fernando Elias, amargou uma derrota humilhante de 4º colocado.
Nos dois
primeiros anos o prefeito Djalma Berger formou um governo onde a maioria dos
partidos e a ampla maioria dos vereadores e vereadoras participaram COM
INDICAÇÃO DE CARGOS E APROVAÇÃO DE PROJETOS DE LEI que causaram prejuízos para
a população, para os serviços públicos e para o desenvolvimento da nossa
cidade.
O PT foi o
único partido que decidiu cumprir o mandato delegado pelo povo nas eleições de
2008, manteve-se na oposição nos anos de 2009 e 2010, cobrando o atendimento
das reivindicações da população.
Alguém pode
achar justo o aumento da COSIP em 60%, alguém pode aceitar a implantação de
Zona Azul e todas as ruas de Campinas e do Kobrasol; alguém pode apoiar a venda
da sede da prefeitura construída ha tão pouco tempo; alguém pode concordar com
o desvio de finalidade dos recursos destinados ao combate às enchentes, vindos
do governo Federal, na ordem de R$ 19 milhões; é certo que o prédio destinado a
sede de um Colégio Municipal e para a Universidade Municipal seja destinado
para nova sede da Prefeitura; alguém pode justificar a incompetência para
concluir a UPA e a nova Policlínica, em Forquilhinha e Barreiros. Eu, não
concordei, eu não fui omisso. Na condição de vereador estive ao lado de todas
as manifestações populares, de servidores, de estudantes por suas
reivindicações.
Desta
tribuna, com independência, pois em doze anos de mandato, nunca indiquei uma só
pessoa para ocupar qualquer cargo comissionado na Prefeitura, fiz uma oposição
transparente e sem o toma lá dá cá.
Qual foi a
mensagem dada pela segunda vez pelo povo josefense, em 2008 e 2012: Mudança.
- Antes
estavam em lados opostos, agora juntos, os candidatos Djalma e Círio de vice,
obtiveram 36.900 votos. Uma aliança eleitoral que uniu 14 partidos, sem
programa e sem coerência política, com mais de uma centena de candidatos a
vereador que somaram 76 mil votos.
- A
candidata do PSD, com mais 6 partidos, recebeu 66 mil votos, representando 61%
dos votos válidos, sendo que os candidatos a vereador da sua coligação fizeram
apenas 33 mil votos.
Foi um erro
histórico a aliança feita em São José, que tirou o PT do segundo turno de
Florianópolis. Justificar que se tratava de uma aliança para fortalecer a
presidente Dilma, é no mínimo hipocrisia,
é querer encobrir todo tipo de acordos possíveis e imagináveis, que que
nada tem haver com os interesses do povo
trabalhador e com os princípios que
nortearam a criação e construção do PT.
Mas, reitero
que no PT defenderei uma atuação política independente em relação à nova
prefeita eleita, tendo como base a defesa dos serviços públicos e as melhorias
das condições de vida da população.
Vídeo
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