28 de jul. de 2012

A FAVOR DA GREVE DOS SERVIDORES FEDERAIS

 A greve dos servidores públicos continua e pode se alastrar para outros setores. Isso porque o Governo Federal não acena com propostas satisfatórias que atendam as reivindicações dos diversos setores mobilizados, entre eles os professores universitários. Toda a alegação é de que na negativa em atender aos grevistas "o governo está levando em conta a situação internacional", ou seja, ele espera pelo que os especuladores internacionais, o FMI, vão exigir do Brasil dentro da crise econômica mundial. Enquanto isso corta 60 bilhões do orçamento, promove uma enorme renúncia fiscal que beneficia as multinacionais, e reserva 47% do orçamento federal para pagamento da dívida pública aos banqueiros. 

Segundo a Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (CONDSEF), "em 1995 o Estado brasileiro utilizava 56,21% do que arrecadava em impostos com investimentos em pessoal, incluindo aí o reforço na contratação de mão de obra especializada para garantir a demanda de atendimento exigido pela população.  Em 2011 essa relação de arrecadação de impostos com investimento na administração pública caiu para insuficientes 32,10%.(...). Significa dizer que ao longo das últimas duas décadas o percentual de impostos pagos pela população para assegurar serviços públicos de qualidade foi decaindo vertiginosamente". 

O mais espantoso é que o governo, ao invés de negociar para por fim as greves, trabalha com a lógica de tomar medidas que aumentam o confronto com os servidores. Foi assim com o decreto que manda publicar os contra-cheques dos funcionários, alegando com isso combater a corrupção, quando na verdade a
fonte de desvios de dinheiro público não estão nos salários da grande maioria dos servidores e sim em obras superfaturadas e na lavagem deste dinheiro ilícito por dentro do sistema financeiro, por exemplo.

Depois de orientar para o corte de pontos, a própria Presidente Dilma, num ato ilegal e equivocado, assina o decreto 7.777 que permite aos ministro das pastas aonde houver greve requisitar servidores estaduais e municipais com funções equivalentes para executar o serviço. Trata-se de usar servidores de esferas diferentes para fazer o papel de fura-greves dos servidores federais. Evidentemente, este decreto vai também ser imitado por governadores e prefeitos, que vão propor tratamento semelhante quando houver greves do funcionalismo na sua esfera administrativa. Trata-se, portanto, de um Decreto que merece seja repudiado veementemente pelos sindicatos do funcionalismo federal, estaduais e municipais e pelo conjunto dos servidores, que não vão se deixar jogar uns contra os outros, quebrando o direito de greve a duras penas conquistado.

Como parlamentar do PT, conclamo a Presidente Dilma, eleita com o voto massivo dos servidores deste país, a por fim a todas as medidas coercitivas contra os servidores em greve, em especial revogando imediatamente o decreto 7.777. O caminho para evitar as greves nos serviços públicos é passar a investir mais recursos dos impostos para recompor os salários e as carreiras, contratar mais servidores e melhorar o atendimento à população.

TODO APOIO À GREVE DOS SERVIDORES FEDERAIS, DOS DOCENTES E
ADMINISTRATIVOS DOS INSTITUTOS TÉCNICOS E DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS! 


Antônio Battisti - vereador (PT) em São José/SC

Um comentário:

Anônimo disse...

Já pensou se usar deste Decreto para a greve nos Bancos? Quem será que vai substituir os bancarios? Os correspondentes bancários que já fazem esse serviço?